sábado, 25 de dezembro de 2010

A Maldição do Ano Novo



Venho hoje vomitar com vocês a maldição do ano novo
Que maldição é essa? O que acontece nessa transição que era para ser apenas simbólica?
- Perder a presença de pessoas que consideramos importantes.

Talvez eu só esteja mal acostumado, mas não sejamos idiotas de crer que a distância não é um agravante, ela é sim.

As pessoas vêm e vão em um movimento giratório que sempre me deixa tonto, e é isso que venho vomitar com vocês, minhas náuseas dessa inconstante rotação, que não sabemos quando vai começar ou quando vai parar, fica ao incerto, ao acaso.

Agora é começar uma nova rotina, que não sei ao certo qual será, mas espero que seja feliz, com pessoas que me façam bem, assim como as que foram me faziam, mas que esteja bem claro que não é uma substituição,é um desejo de ter o que se tinha, é apenas uma busca mal interpretada.

Mas acreditando em Mário Quintana, o tempo não vai parar, nem esperar pela gente, somente a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.


*texto baseado em fatos surreais

sábado, 18 de dezembro de 2010

como a chuva;




Andando pela chuva, sinto a leveza do vento, a água descendo pelo rosto e trazendo uma sensação de nostalgia, de sentir a falta do que não se tem, de lembrar momentos jamais vividos e um sentimento de liberdade ilusória.

Deixo me levar pela correnteza, pelas incertezas do destino e pela ingratidão da vida. Sou como a chuva, quero me misturar com a atmosfera, quero formar pensamentos, quero ficar com sono, quero tomar banho, quero ter algo acolchoado, quero estar assistindo um filme e me sentir acompanhado, quero tomar um vinho, quero provocar boas sensações.

Mas mesmo sendo tão maravilhoso em questões circunstanciais, sou como a chuva, ainda consigo causar coisas ruins, quando deixo vir a tona as minhas contradições mostro minhas imperfeições, meu lado humano, a minha herança da chuva.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

restos de mim;




Há aqui dentro um conflito que não consigo entender, me coloquei em uma situação de desespero e confusão, e mais do que ter me colocado é carregar a culpa da tristeza de alguém, é ser visto como um monstro e saber que não sou, mas ao mesmo tempo pensar que sou. São dúvidas em que carrego,me sinto perdido como em um sonho macabro, sem saída. O tempo não pode me salvar, não posso lutar contra ele, não posso voltar ao passado, não posso refazer o que já foi feito, não posso achar uma explicação para isso que me contente e me faça parecer melhor.

Não vou conseguir viver de aparências, mas vou tentar esconder minha tristeza e agonia. Uso máscaras comigo mesmo em que só eu entendo, algo individual e perturbador pois não posso exteriorizar, não posso fazer nada e ao mesmo tempo quero fazer algo, mas o que eu posso fazer? O que eu posso fazer para mudar a situação? Só me vem um vazio em que me consome cada vez mais, me sinto só, incompleto e sujo.

Procurando um caminho onde não tem, procurando um ombro para abraçar, para se preocupar e querer cuidar, e dividir minhas alegrias, tristezas e segredos e saber que tem alguém que se importa comigo. Saber que eu era auto-suficiente, saber que eu adoro a companhia, os sorrisos, e as trocas de vivências, nas quais não sei se terei mais. E o que me resta? Querer sumir, querer dormir e não acordar, querer não ver a rua, querer te ver e ter medo disso, não custa tentar.

Desculpas por ter te magoado, desculpa por ter ocupado o seu tempo com alguem que não merecia sua companhia. Desculpa por errar, não está sendo fácil. E não posso querer fugir das conseqüências que meus atos carregam, só me resta me esconder de mim mesmo.

*texto baseado em fatos surreais